Lucas 2:36-38 - Havia também uma
profetisa, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era já avançada em
idade, tendo vivido com o marido sete anos desde a sua virgindade; e era
viúva, de quase oitenta e quatro anos. Não se afastava do templo,
servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações. Chegando ela na mesma
hora, deu graças a Deus, e falou a respeito do menino a todos os que
esperavam a redenção de Jerusalém.
(Harmonia, p. 8.)
(Harmonia, p. 8.)
Séculos
depois, cerca de 400 d.C., a igreja ainda achava esta vida apropriada para as
viúvas, que eram presbuteras/presbutidas - anciãs ou pastoras (1 Tim.
5:2, Tito 2:3) como mostra O Testamento do Nosso Senhor, um dos manuais
primitivas da igreja:
Depois que ela está (indicada)
assim, que não tenha ansiedade a respeito de qualquer coisa, mas que fique na
solidão e tenha folga para suplicações piedosas. Pois o alicerce de santidade e
vida de uma viúva tal como esta é solidão. Pois ela não tem amado nenhum
outro a não ser que o Deus dos deuses, o Pai que está nos céus. Mas em horas
marcadas que ela louve a sós, durante a noite [e] na madrugada.>
(The Testament of Our Lord, p. 109.)
(The Testament of Our Lord, p. 109.)
Este
mesmo manual primitiva da igreja mostra que os obreiros, inclusive as viúvas e
diaconisas residiram na igreja:
Eu lhe digo portanto como o
santuário deve ser: ... Que a casa do bispo esteja ao lado daquele lugar que
está chamado à corte da frente. Também a (casa) das viúvas que são chamadas
"aquelas que se assentam na frente". Também que a (casa) dos
presbíteros e diáconos esteja atrás do batistério. Que as diaconisas residam
ao lado da porta da casa do Senhor. Que a Igreja tenha uma casa de
hospedagem perto, onde o chefe dos diáconos possa receber estrangeiros.
(The Testament of Our Lord, pp. 62-64.)
(The Testament of Our Lord, pp. 62-64.)
João 4:4-42 - (vs. 39 - E
muitos samaritanos daquela cidade creram nele, por causa da palavra da mulher.
(Harmonia pp. 23-24.)
(Harmonia pp. 23-24.)
Alvin
John Schmidt no seu livro Veiled and Silenced, How Culture Shaped Sexist
Theology (Velada e Silenciada, Como a Cultura Moldou a Teologia Sexista),
escreveu de maneira muito interessante a respeito do encontro de Jesus com a
mulher samaritana.
A maneira
que Jesus tratou e respondeu à mulher samaritana, por exemplo, pode não parecer
fora do comum para o leitor na cultura Ocidental de hoje. No entanto o que Ele
fez foi extremamente radical para seu dia.
Em
primeiro lugar, Ele não fez caso dos preconceitos que consideraram samaritanos
a serem inferiores nas bases religiosas e étnicas. Os samaritanos não foram
permitidos adorarem em Jerusalém. Eles reconheceram somente os cinco livros de
Moisés como a palavra inspirada de Deus. Eles tendo "sangue gentio"
foi mais uma razão que os judeus os viram como inferiores. A mulher
samaritana foi muito ciente destes preconceitos que os judeus tiveram contra os
samaritanos. Ela também foi ciente de viver numa cultura machista, porque
quando Jesus aproximou-se dela e pediu de beber, ela lhe perguntou: "Como
sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana"?
(João 4:9)
Em
segundo lugar, ele não fez caso do fato que a samaritana foi uma mulher. Jesus confrontou não somente o
fanatismo judeu contra os samaritanos, mas ele também atacou os preceitos
contra mulheres com as suas ações. Note que a mulher poderia ter dito
meramente, "Como sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, uma
samaritana"? Mas ao invés disso ela disse: "que sou mulher
samaritana".
Falar com
uma samaritana foi suficientemente ruin, mas Jesus também falou com uma
mulher em público. Tal ato foi pisar os valores altamente reverenciados da
comunidade hebraica. Lembre-se, os rabinos, que refletiram os valores
agrícola-patriarcais da época de Jesus, ensinaram "Aquele que fala com
uma mulher [em público] traz maldade sobre si" (Aboth 1:5). Um
outro ensinamento rabínico declarou: "Não se deve nem saudar uma mulher"
(Berakhoth 43b).
Jesus não
somente falou com uma mulher em público e assim abertamente violou uma das
doutrinas religiosas rabínicas, mas Ele também fez mais do que só falar; Ele
a ensinou teologia. Ele disse para ela: "Deus é Espírito, e é
necessário que os que adoram o adorem em espírito e em verdade" (João
4:24). Este foi um ato nem cogitável para um piedoso homem judeu. Agora,
nós precisamos nos lembrar que a lei oral ... ensinou: "Deixem as
palavras da Lei [Torah] ser queimadas em vez de ser ensinadas a mulheres. ...
Se um homem ensinar a sua filha a Lei, é como se ensinasse devassidão para
ela" (Sotah 3:4). Os discípulos, como judeus fiéis, foram
surpresos e perplexos que Ele estava tendo uma conversa com uma mulher. O texto
diz: "E se admiravam de que estivesse falando com uma mulher"
(João 4:27). Eles não estavam admirados porque Ele estava falando com uma
mulher samaritana, mas ao contrário porque Ele estava interagindo com
qualquer mulher.
O fato
que Jesus ensinou teologia para a mulher samaritana não tem, com poucas
exceções, sido notado pelos teólogos masculinos da igreja. Os poucos que
notaram foram demasiadamente amarrados pela cultura para ajudar a igreja a
aprender e beneficiar do comportamento que abriu precedente. Por exemplo, Origem viu a mulher
samaritana como uma apóstola (Commentariorum in Evangelium Joannis
14.417). Semelhantemente, Theofilactos (morreu depois de 1071) disse que Jesus
fez uma apóstola da mulher samaritana (Ennarratioin Evangelium Joannis
4.1241). No entanto, nem Origem nem Teofilactos encorajaram a igreja a fazer
uso de mulheres para ensinar publicamente as palavras e os feitos de Jesus
Cristo.
Estes
dois teólogos, como inúmeros outros, falharam em ver que Jesus reagiu à mulher
samaritana assim como reagiu aos homens. Eles também falharam em notar que
quando Ele e a mulher partiram, Ele não disse: "Mulher fique
calada". Nem Ele disse que ela não podia ensinar. De fato, João diz que
esta mulher falou aos outros publicamente a respeito do que ela
experimentou no seu encontro com o carpinteiro de Nazaré. E mais do que isso,
ela deve ter sido muito eficiente no seu falar público, pois nós lemos: "Muitos
samaritanos ... creram nele, por causa da palavra da mulher" (João 4:39).
(Schmidt, Veiled and Silenced, pp. 165-167.)
(Schmidt, Veiled and Silenced, pp. 165-167.)
Jesus
ensinou a mulher samaritana, ela falou publicamente e convenceu muitos a
crerem. Mas com tempo os ensinamentos de Jesus quanto à mulher foram sufocados
e ensinamentos baseados na reação à cultura substituídas. Estes ensinamentos da
cultura disseram: mulher pagã fala de modo que mulher crente não deve falar em
público; é lugar do homem falar de modo que mulher não deve falar em público.
Atos 21:8-9 - Partindo no dia seguinte,
fomos a Cesaréia; e entrando em casa de Filipe, o evangelista, que era um dos
sete, ficamos com ele. Tinha este quatro filhas virgens que profetizavam.
Estas
mulheres já eram virgens e pregadoras (profetisas) reconhecidas quando Paulo e
seu grupo passaram pela cidade porto da Cesaréia. Elas receberam a sua
autoridade de Jesus Cristo.
O
primitivo historiador do Cristianismo, Eusébio (260-340 E.C., data por Roberts
e Donaldson), escreve varias vezes a respeito das filhas de Filipe, no entanto
se você estudar nos seminários de hoje os historiadores modernos nem as
mencionam. Numa ocasião Eusébio cita um escritor de Hierápolis que por sua vez
cita Miltiades um historiador antes dele, em que ele critica a prática de
Môntano e as mulheres pregadoras (profetisas), Priscila e Maximila, por
pregarem em extasia.
"Mas o falso profeta",
ele diz, "é levado por uma extasia veemente, acompanhado por falta de toda
vergonha e medo. Começando, de fato, com uma ignorância proposital, e
terminando, como já tenho dito, em locura involuntária. Eles nunca serão
capazes de mostrar que alguém do Velho ou alguém do Novo Testamento foi assim
agitado violentamente e ficou fora de si em espírito. Nem serão capazes de se
jactar que Ágabo, ou Judas, ou Silas, ou as filhas de Filipe, ou Ámias da
Filadélfia, ou Quadratus, ou outros que não pertencem a eles jamais agiram
desta maneira".
(Eusebius, Ecclesiastical History, Book V, Chapter XVII, p. 199.)
(Eusebius, Ecclesiastical History, Book V, Chapter XVII, p. 199.)
Este
historiador de Hierápolis nomeia nove pregadores (profetas) do Novo Testamento,
cinco mulheres (as quatro filhas de Filipe e Ámias da Filadélfia) e quatro
homens. Estes são citados como autoridades do Novo Testamento a respeito da
maneira certo a pregar.
Nós
conhecemos Judas e Silas de Atos onde temos uma explicação do que os profetas
fizeram.
Depois Judas e Silas, que também
eram profetas, exortaram os irmãos com muitas palavras e os fortaleceram.
(Atos 15:32)
Quando
Eusébio escreve a respeito da controvérsia a respeito do dia certo para a
páscoa, ele cita uma carta que Policrato, o bispo da igreja de Éfeso, escreveu
ao Vitor, bispo da igreja de Roma (que reinou 189-198 E.). Policrato foi o
oitavo bispo na sua família. Ele escreveu:
Pois na Ásia grandes luzes têm
adormecidas, que se levantarão de novo no dia da aparição do Senhor, em que
ele virá com glória do céu, e levantarão todos os santos; Filipe, um dos doze
apóstolos, que dorme em Hierápolis, e suas duas filhas idosas virgens, sua
outra filha também, que tendo vivido sobre a influência do Espírito Santo,
agora da mesma maneira descansa em Éfeso.
(Eusebius, Ecclesiastical History, Book V, Chapter XVII, p. 208.)
(Eusebius, Ecclesiastical History, Book V, Chapter XVII, p. 208.)
Um
documento de aproximadamente a mesma época das quatro filhas de Filipe é
"The Teaching of the Twelve Apostles (O Ensino dos Doze Apóstolos)"
ou também é chamado de "Didache (Ensinamento)". A sua data é cedo no
segundo século. Dá orientação a respeito de um número de assuntos, incluindo
profetas:
Mas
concernente aos apóstolos e profetas, segundo o decreto do Evangelho,
assim façais. Que cada apóstolo que chega a vós seja recebido como o Senhor.
Mas ele não ficará a não ser um só dia; mas se houver necessidade,
também o próximo; porém se ele ficar três dias, ele é um profeta falso. E
quando o profeta for embora, que ele não leve nada a não ser pão até ele chegar
ao próximo hospedagem; mas se ele pedir dinheiro, ele é um profeta falso.
(Chapter XI)
Mas cada profeta
verdadeiro que tem vontade de morar entre vós é digno do seu sustento.
Assim também um professor verdadeiro é ele mesmo digno, como obreiro, de seu
sustento. Toda primícia, portanto, dos produtos da prensa de lagar e da
eira, de boi e de ovelha, vós deveis levar e dar aos profetas, pois eles são os
seus sumo sacerdotes. Mas se vós não tiverdes um profeta, dais-a aos
pobres. Se vós fizerdes uma massa de pão, tomais a primícia e dais segundo ao
mandamento. Assim também quando vós abrirdes uma jarra de vinho ou de azeite,
tomais a primícia e dais-a aos profetas; e de dinheiro (prata) e roupa e de
cada possessão, tomais a primícia, como pareça bom para vós, e dais segundo ao
mandamento. (Chapter XIII)
Indicais, portanto, para vós
mesmos, bispos e diáconos dignos do Senhor, homens humildes e não gananciosos,
e honestos e provados; pois eles também desempenham para vós o serviço de
profetas e professores. (Chapter XV)
("The Teaching of the Twelve Apostles (O Ensino dos Doze Apóstolos)", Ante-Nicene Fathers, Vol. 7, pp. 380-381.)
("The Teaching of the Twelve Apostles (O Ensino dos Doze Apóstolos)", Ante-Nicene Fathers, Vol. 7, pp. 380-381.)
A
passagem a respeito de Jezabel à primeira vista parece desfavorável as
mulheres, mas estudada cuidadosamente revela muito a respeito da atitude de
Jesus para com a mulher pregadora (profetisa).
O
missionário (apóstolo) João relata fielmente a correção pelo Filho de Deus da
pregadora (profetisa) Jezabel. Quando João estava na ilha de Patmos teve uma
visão, e foi mandado escrever o que viu em um livro e o mandar às sete igrejas.
Uma destas foi à igreja de Tiatira.
Apocalipse 2:
18. Ao anjo da igreja em Tiatira escreve: Isto diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes a latão reluzente:
19. Conheço as tuas obras, e o teu amor, e a tua fé, e o teu serviço, e a tua perseverança, e sei que as tuas últimas obras são mais numerosas que as primeiras.
20. Mas tenho contra ti que toleras a mulher Jezabel, que se diz profetisa; ela ensina e seduz os meus servos a se prostituírem e a comerem das coisas sacrificadas a ídolos;
21. e dei-lhe tempo para que se arrependesse; e ela não quer arrepender-se da sua prostituição.
22. Eis que a lanço num leito de dores, e numa grande tribulação os que cometem adultério com ela, se não se arrependerem das obras dela:
23. e ferirei de morte a seus filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que esquadrinha os rins e os corações; e darei a cada um de vós segundo as suas obras.
24. Digo-vos, porém, a vós os demais que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina, e não conheceram as chamadas profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei;
25. mas o que tendes, retende-o até que eu venha.
26. Ao que vencer, e ao que guardar as minhas obras até o fim, eu lhe darei autoridade sobre as nações.
27. e com vara de ferro as regerá, quebrando-as do modo como são quebrados os vasos de oleiro, assim como eu recebi autoridade de meu Pai;
28. também lhe darei a estrela da manhã.
29. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
18. Ao anjo da igreja em Tiatira escreve: Isto diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes a latão reluzente:
19. Conheço as tuas obras, e o teu amor, e a tua fé, e o teu serviço, e a tua perseverança, e sei que as tuas últimas obras são mais numerosas que as primeiras.
20. Mas tenho contra ti que toleras a mulher Jezabel, que se diz profetisa; ela ensina e seduz os meus servos a se prostituírem e a comerem das coisas sacrificadas a ídolos;
21. e dei-lhe tempo para que se arrependesse; e ela não quer arrepender-se da sua prostituição.
22. Eis que a lanço num leito de dores, e numa grande tribulação os que cometem adultério com ela, se não se arrependerem das obras dela:
23. e ferirei de morte a seus filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que esquadrinha os rins e os corações; e darei a cada um de vós segundo as suas obras.
24. Digo-vos, porém, a vós os demais que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina, e não conheceram as chamadas profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei;
25. mas o que tendes, retende-o até que eu venha.
26. Ao que vencer, e ao que guardar as minhas obras até o fim, eu lhe darei autoridade sobre as nações.
27. e com vara de ferro as regerá, quebrando-as do modo como são quebrados os vasos de oleiro, assim como eu recebi autoridade de meu Pai;
28. também lhe darei a estrela da manhã.
29. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
Eram mais
numerosas as últimas obras de amor, fé, serviço e perseverança da igreja de
Tiatira do que as primeiras. Entretanto esta igreja estava sendo ensinada e
seduzida por uma pregadora (profetisa) chamada Jezabel.
Jezabel
estava ensinando os membros da igreja a continuarem práticas pagãs. Praticaram
o sexo como uma comunhão com a Deusa. Comeram figos como o corpo e o sangue da
deusa numa cerimônia semelhante à Ceia do Senhor. Por isso, podemos pensar que
ela era uma recém convertida desta religião que ainda não deixou todas as
práticas pagãs.
O missionário
(apóstolo) João está relatando a sua visão. Quem manda esta mensagem é o
"Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes
a latão reluzente". (Apoc. 2:18)
O Filho
de Deus revela a sua atitude para com a Jezabel quando diz "e dei-lhe
tempo para que se arrependesse; e ela não quer arrepender-se da sua
prostituição". (Apoc. 2:21) Para as mulheres de hoje é importante notar
que o Filho de Deus não repreende Jezabel por ser pregadora (profetisa). Ele a
quer como (profetisa verdadeira. Por isso, Ele a dá tempo para se arrepender.
Se isso não der resultados, Ele tenciona aplicar um castigo sério: "Eis
que a lanço num leito de dores, e numa grande tribulação os que cometem
adultério com ela, se não se arrependerem das obras dela". (Apoc. 2:22)
Ela será lançada num leito de dores e os membros da igreja que a acompanharam
nestas práticas sofrerão grande tribulação. "E ferirei de morte a seus
filhos". (Apoc. 2:23) Seus filhos é um termo no Novo Testamento para os
membros da igreja. Disso podemos ver que esta mulher pregadora exercia
autoridade nesta igreja e havia aqueles que a seguiram.
O
propósito destes castigos é que "todas as igrejas saberão que eu sou
aquele que esquadrinha os rins e os corações; e darei a cada um de vós segundo
as suas obras." (Apoc. 2:23) O que esta mulher ensina e pratica não é só
de interesse local, mas serve de exemplo para todas as igrejas. O Filho de Deus
não desaprovou da mulher pregar (profetizar) na igreja, mas aplicou uma série
de medidas para que ela se corrigisse.
Esta
passagem teria sido uma excelente oportunidade de deixar claro que pregar é só
para homens, mas nem o Filho de Deus, na visão, e nem o missionário (apóstolo)
João queriam que a Jezabel parasse.
Entendemos
mais a seriedade da doutrina que Jezabel está ensinando quando lemos que é
chamada de "profundezas de Satanás". (Apoc. 2:24) O filho de Deus tem
paciência e corrige até uma mulher dessas e a usa como exemplo para todas as
igrejas.
É alegado
que como Deus é chamado de Pai, e Jesus foi macho e os doze missionários
(apóstolos) foram machos que a mulher não pode exercer liderança na igreja. Mas
nessa passagem nós temos uma mulher pregadora (profetisa), com seguidores, para
quem o Filho de Deus está aplicando uma série de medidas para corrigir. Ele
fala para todos os demais que não têm esta doutrina. Então promete autoridade
"ao que vencer, e ao que guardar as minhas obras até o fim, eu lhe darei
autoridade sobre as nações". (Apoc. 2:26)
"Quem
tem ouvidos, ouça que o Espírito diz às igrejas". (Apoc. 2:29)
O
problema em Tiatira existia em inúmeras passagens do Velho Testamento. Vamos
ver só esta:
E dize: Assim diz o senhor Deus: Ai
das que cosem pulseiras mágicas para todos os braços, e que fazem véus para as
cabeças de pessoas de toda estatura para caçarem as almas! ... Portanto
assim diz o Senhor Deus: Eis aqui eu sou contra as vossas pulseiras mágicas
com que vós ali caçais as almas como aves, e as arrancarei de vossos braços; e
soltarei as almas, sim as almas que vós caçais como aves. Também rasgarei os
vossos véus, e livrarei o meu povo das vossas mãos, e eles não estarão mais em
vossas mãos para serem caçados; e sabereis que eu sou o Senhor. Visto que
entristecestes o coração do justo com falsidade, não o havendo eu entristecido,
e fortalecestes as mãos do ímpio, para que não se desviasse do seu mau caminho,
e vivesse; portanto não tereis mais visões vãs, nem mais fareis adivinhações;
mas livrarei o meu povo das vossas mãos, e sabereis que eu sou o Senhor.
(Ezequiel 13:18, 20-23)
Esta
mesma religião pagã continuou na igreja primitiva. No quarto século o Concílio
de Ancyra, 314 E.C., votou:
Aqueles que praticam divinação, e
seguem os costumes dos pagões, ou que levam homens para as suas casas para a
invenção de artes mágicas, ou para lustrações, caem debaixo do cânon [lei] de
cinco anos [penitência] segundo os graus prescritos; quer dizer, três anos como
prostradores, e dois de oração sem oblação [ceia].
("Council of Ancyra, A. D. 314", A Select Library of Nicene and Post-Nicene Fathers, Second Series, Vol. XIV, The Seven Ecumenical Councils, Canon XXIV, p. 74.)
("Council of Ancyra, A. D. 314", A Select Library of Nicene and Post-Nicene Fathers, Second Series, Vol. XIV, The Seven Ecumenical Councils, Canon XXIV, p. 74.)
No quarto
século Basílio o Grande (330-379 E.C.) foi Bispo de Cesaria nesta mesma área da
Ásia Menor. Ele escreveu uma carta bispal para um pastor a respeito dos cânones
em que disse:
Consultadores de adivinhos e
aqueles que seguem os costumes pagões, ou levam pessoas para as suas casas para
descobrir remédios e para efetuar purificações, devem cair debaixo do cânon
[lei] de seis anos. Depois de chorar um ano, ouvir um ano, ajoelhar por três
anos e ficar em pé com os fiéis por um ano assim deixa-os serem recebidos.
(Basil, "Letter CCXVII (217), To Amphilochius, on the Canons", A Select Library of Nicene and Post-Nicene Fathers, Second Series, Vol. VIII, p. 259.)
(Basil, "Letter CCXVII (217), To Amphilochius, on the Canons", A Select Library of Nicene and Post-Nicene Fathers, Second Series, Vol. VIII, p. 259.)
No sexto
século isso ainda estava sendo praticado. Gregório o Grande (540-604 E.C.),
Bispo da Roma, escreveu uma carta a Brunichild, rainha dos francos:
Como a isso também nós não menos
lhe exortamos, que vós devais restringir o resto dos seus súditos debaixo do
controle de disciplina de sacrificar aos ídolos, ser adoradores de árvores,
ou exibir sacrifícios sacrilégios de cabeças de animais; visto que tem chegado
aos nossos ouvidos que muitos dos Cristãos tanto recorrem às igrejas e também
(horrível a dizer!) não largam sua adoração de demônios.
(Gregory the Great, "Epistle XI (11), To Brunichild, Queen of the Franks", A Select Library of Nicene and Post-Nicene Fathers, Second Series, Vol. XII, Book IX, p. 8.)
(Gregory the Great, "Epistle XI (11), To Brunichild, Queen of the Franks", A Select Library of Nicene and Post-Nicene Fathers, Second Series, Vol. XII, Book IX, p. 8.)
Então
este conselho do livro de Apocalipse à igreja de Tiatira a respeito da
pregadora (profetisa) Jezabel serviu durante muitos séculos como orientação
para a igreja e deve servir para nós hoje em dia como há um ressurgimento deste
culto à Deusa.
The Ante-Nicene Fathers. Editors
Alexander Roberts and James Donaldson. 10 Vols. Grand Rapids: Wm B. Eerdmans,
1950.
· Vol. VII, pp. 377-383 - "The Teaching of
the Twelve Apostles (Didache)".
The Babylonian Talmud. Translator Rabbi Dr. I. Epstein. 36 Vols. London: Soncino Press, 1952.
Bauer, Walter, William F. Arndt, F. Wilbur Gingrich, and Frederick W.
Danker. A Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early
Christian Literature Second Edition. Chicago and London: The University of
Chicago Press, 1979.
A Bíblia Sagrada. 2a. Impressão. Rio de Janeiro:
Imprensa Bíblica Brasileira, 1974.
Eusebius Pamphilus. The Ecclesiastical History of Eusebius Pamphilus.
Translator Christian Frederick Cruse. Grand Rapids: Baker Book House, 1981.
Harmonia dos Evangelhos. Compiladores
S. L. Watson e W. E. Allen. Revisada por W. E. Allen e A. Ben Oliver. 5a.
Edição, Rio de Janeiro: Junta de Educação Religiosa e Publicações, 1979.
The Holy Scriptures. Philadelphia: The Jewish Publication Society of America, 1955.
Schmidt, Alvin John. Veiled and Silenced,
How Culture Shaped Sexist Theology. Macon, GA: Mercer University Press,
1989.
A Select Library of Nicene and Post-Nicene
Fathers of the Christian Church. Editors
Philip Schaff and Henry Wace. Second Series, 14 Vols. Grand Rapids: Wm. B.
Eerdmans, 1952.
· Vol. VIII - Basil the Great, p. 223-228 -
"Epistle CXCIX (199), To Amphilochius, concerning the Canons."
· Vol. XII - Gregory the Great, p. 8 -
"Epistle XI (11), To Brunichild, Queen of the Franks"
· Vol. XIV - The Seven Ecumenical Councils, p.
63 - "Council of Ancyra, A.D. 314."
Stone, Merlin. When God Was a Woman.
New York: The Dial Press, 1976.
Swidler, Arlene, "In Search of Huldah (À Procura da Hulda)", The
Bible Today, November 1978, p. 1783.
Swidler, Leonard. Biblical Affirmations of
Woman. Philadelphia: The Westminster Press, 1979.
The Testament of Our Lord, Translated into English from the Syriac. Translators James Cooper and Arthur John Maclean. Edinburgh: T. &
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Young, Robert. Analytical Concordance to
the Bible. New York: Funk and Wagnalls, Twenty-Second American Edition
Revised, n.d.